sábado, 30 de julho de 2016

Dica de filme: Contágio (2011) - um vírus mortal tem lições para nos dar...

Olá time, tudo bem com vocês?
Quando pensamos em filmes de sobrevivência, logo nos vem ideia de histórias de pessoas perdidas na floresta ou ilha, buscando sobreviver desesperadamente.
Mas na ausência de mais filmes de sobrevivência na natureza na Netflix (de novo), achei o filme Contágio, de 2011.
Só atorzão na filmagem: Laurence Fishburne, Matt Damon, Kate Winslet, Gwyneth Paltrow, Jude Law, Bryan Cranston...
Mas o filme, como história a ser contada, deixa um pouco a desejar, tendo cenas muito curtas, feitas pra que os dias de contágio se passem mais rápido, mostrando o resultado de cada pessoa que fica doente e e das pesquisas. Numa cena a esposa de alguém começa a tossir, duas cenas depois morreu! Isso é meio broxante, especialmente pra quem assiste o filme no intuito de ver os efeitos completos da doença na sociedade.Vale lembrar que o filme sucede o surto de Gripe Suína de 2009, quando matou mais 500 mil pessoas em todo o mundo (Dados da revista médica "The Lancet Infectious Diseases". O H1N1 consiste num tipo de vírus influenza mutante que possui material genético humano, aviário e suíno. Somente com a distribuição da vacina para Gripe A, ao final de 2009, a OMS anunciou o fim da pandemia de H1N1.
Voltando ao filme...
Uma funcionária americana de uma multinacional (AIMM Alderson) viaja de Hong Kong, onde realizava reuniões de negócio, aos EUA com sintomas de uma gripe forte e encefalite. Alguns dias depois morre com convulsões e engasgos. Além dela, morrem um garçom de um hotel de Hong Kong, um executivo japonês da mesma empresa e outras pessoas.
O vírus se espalha pelo toque e pelas vias respiratórias, então qualquer contato, por menor que seja, torna-se um prato cheio para proliferação da doença, até então desconhecida!
A equipe do Centro de Controle de Doenças (CDC) dos EUA começa receber informações de um surto de doença que matando pessoas infectadas.
A OMS também inicia a investigação sobre o que pode ser a doença. No decorrer do filme, descobre-se que é um vírus mutante (MEV-1) proveniente de uma espécie de morcego da Ásia modificado após o contato com suínos.
Pior ainda é que o vírus mata um em cada quatro hospedeiros, além das células nas quais os estudiosos tentam cultivar o vírus. Assim, muita gente morre, muita gente mesmo! Principalmente pelas condições de alimentação, água potável, moradia, clima, etc.

Mas quais as lições que o filme passa em relação ao que aconteceria com a sociedade geral num caso como este? Separamos alguns pontos interessantes do filme que podem servir para análise da realidade:
  • Informação: voltamos à mesma história - em cenários de crise a população sempre é informada tardiamente, quando tudo já saiu do controle do Estado. Ainda, surgem diversos boatos em sites e blogs que podem ou não criar uma desordem total, espalhando informações verdadeiras ou falsas (acreditando serem verdadeiras). Com a ampliação do acesso à Internet, notícias tendem a chegar mais rápido, sejam através de vídeos ou fotos. Assim, noticiários ou mesmo blogs sobre teorias da conspiração pode dar informações importantes ou supérfluas, cabe ao sobrevivente filtrá-las junto às informações e estudos prévios.
  • Uso da força: quem assistiu qualquer série ou filme que trate de cenários de crise, pode ver como o Estado poderá utilizar a força (inclusive letal) para conter uma parcela da população que possa estar contaminada ou ter visto determinado fenômeno que não deva ser divulgado para os meios de comunicação.
  • Desordem geral: durante anos fomos acostumados numa ordem social que diz para esperarmos em filas, não pegarmos todos as unidades de um item no varejo, não nos automedicarmos. Num cenário de crise, onde as pessoas pensam em fugir da cidade, ter alimentos e remédios, toda essa ordem social cai por terra! Uma arma de defesa da casa se torna ferramenta para saquear mercados e farmácias, as prateleiras do supermercados se esvaziam com rapidez imensa, um kg de arroz pode ser motivo para um assassinato, um carro com gasolina motiva barbaridades. E isto acontece porque a grande maioria das pessoas, as ovelhas, passam anos achando que a busca pela sustentabilidade e a gradual saída do sistema é besteira... isto até uma crise estourar. 
  • Medo generalizado: a pessoa do seu lado tossiu... deve estar doente, deve ser a Gripe Suína... Este tipo de comportamento é, talvez, o principal gatilho para violência generalizada.
  • A busca pela cura: diversas pessoas irão correr atrás de qualquer tipo de cura, pela vontade Divina ou pelo uso de ervas tóxicas. Caso os boatos aconteçam sobre um medicamento, haverá uma verdadeira guerra civil pelos estoques das farmácias.
  • Muita gente morta = outras doenças: muitas corpos nas casas, nas ruas, acabarão por ocasionar aumento de roedores, cães e gatos doentes, proliferação de bactérias e outras doenças. Leptospirose, dengue, febre amarela e febre chikungunya podem ser apenas alguns destes novos problemas a serem encontrados numa cidade atingida por uma epidemia de um vírus mortal.

  •  O Brasil conseguiria superar uma crise destas? No filme há um momento em que o chefe do CDC burla os protocolos para informar a esposa sobre a quarentena que será instaurada em Chicago. Alguém realmente acredita que no Brasil, com seu histórico de corrupção endêmica, a população geral seria considerada antes das famílias e amizades dos políticos e grandes empresários? Ainda, com as condições subumanas nas quais parte da população nacional hoje se encontra (casos dos favelões em Paraupebas/PA ou Recife/PE) e com o péssimo serviço de saúde existente no país, haveria uma taxa de mortalidade muito maior do que em países minimamente estruturados pela saúde privada.
Bom, galera, esta é apenas uma análise de como o filme pode contribuir para suas preparações e estudos sobre possíveis proliferações de doenças. Cuidado em viagens para países de climas diferenciados, casos do Sudeste Asiático, do Caribe, da região Amazônica Sulamericana ou mesmo da África.
Digam o que vcs acharam, e vamos pra natureza!

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